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Do precariado pós-industrial ao pronetariado digital

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13.01.2024

O que terão em comum autores tão diferentes como Etienne de la Boétie (1530-1563) que em 1548 escreveu O discurso da servidão voluntária, Jeremy Bentham (1748-1832) que em 1787 escreveu O panótico, George Orwell (1903-1950) que em 1948 escreveu 1984, Michel Foucault (1926-1984) que em 1975 escreveu Vigiar e Punir, mas, também, O nascimento da biopolítica em 1978 e A microfísica do poder em 1979, Ray Kurzweil (1948- ---) que em 2006 escreveu A singularidade está perto, ou, ainda, Pedro Domingues (1957---) que em 2017 escreveu A revolução do algoritmo mestre?

Em diferentes contextos históricos eles trazem até nós momentos únicos do pensamento da sua época, mas, também, da história do pensamento universal. Que traço comum ligará, hoje, em 2024, a servidão voluntária, a arquitetura do panótico, o Big Brother do ministério da verdade, o vigiar e punir das instituições de controlo social, a singularidade da inteligência artificial ou o algoritmo mestre da aprendizagem automática? Em primeira leitura, todos eles escreveram sobre a relação entre o poder e a liberdade, a liberdade que o poder autoriza e o poder que a liberdade consente. E na era digital, da Inteligência Artificial, da aprendizagem automática e do transumanismo, o que nos estará reservado?

Uma das facetas mais intrigantes do próximo futuro é aquela que diz respeito à aceleração e divisibilidade tecnológicas e sua transferência para os domínios da liberdade individual e da vida quotidiana. Refiro-me à transformação de necessidades individuais, de desejos pessoais e de serviços públicos em........

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