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O Dragão e a mudança, mito ou ensejo?

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16.02.2024

O Dragão é o único ser mitológico que tem lugar na dimensão astrológica tradicional chinesa. Existem doze signos no zodíaco chinês, todos animais, com exceção do Dragão. Este é o ano do Dragão e desenvolveram-se diversas atividades mundo fora para comemorar esse dia de transição para um novo ano. Fosse na China ou nas comunidades de diáspora, esse dia assinalou-se com a devida relevância que a cultura tradicional chinesa lhe reconhece.

O Ano Novo Chinês representa o renascimento, a passagem do inverno para a primavera e a esperança renovada de boas colheitas. No caso do Dragão, o signo é reconhecido como o mais forte do zodíaco, trazendo um ano auspicioso, em que, com trabalho, permite todas as concretizações.

Associada a esta visão positiva de movimento progressivo existe, também, a de turbulência, ou seja, de anos de alguma forma disruptivos. Na história chinesa contemporânea ocorrem em anos do Dragão a morte de Mao Zedong ou a chuva de meteoritos que assolou o país, considerados factos disruptivos, mas que, podendo redirecionar a história, acabaram por iniciar processos de renovação relevantes.

De facto, 2024 apresenta-se desafiador, por várias razões, tais como a manutenção de dois conflitos armados que introduzem fatores de instabilidade e imprevisibilidade no quadro das relações internacionais. Ademais, surge um outro foco de instabilidade, o Mar Vermelho, com os ataques cirúrgicos dos hutis, impedindo a navegação habitual por aquelas paragens e o livre acesso ao Canal do Suez.

A acrescentar às contendas militares que mais perturbam a Ordem Internacional, é de assinalar os vários ciclos eleitorais que vão afetar quase todas as geografias do mundo. Em particular, na Europa e, mais especificamente na União Europeia, onde é expectável um Parlamento Europeu com uma constituição particularmente........

© Jornal Económico


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