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Casino: 8º - encontro inesperado

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15.04.2024

Teresa A. Ferreira

- Vê lá bem nas tuas memórias – e fez uma pausa. – Sou o Francisco Miguel de Bragança. Lembras-te de a tua mãe dar lá aulas e tu teres ido com ela? Era vosso vizinho. Muito brincámos na rua!

- Ah, sim! Já me lembro. Estivemos lá três anos, depois a minha mãe mudou de escola. Foi há tanto tempo e estás… – respirou de alívio ao saber que não era ninguém do seu tenebroso passado.

- Estamos muito mais crescidos, não é verdade?

- Desculpa, não te ter reconhecido.

- Não faz mal, Gabi. O que fazes?

- Concluí o curso de Línguas e Relações Internacionais. Estou a ver se arranjo emprego. E tu?

- Fiz Engenharia Informática e Computadores, no Instituto Superior Técnico de Lisboa e trabalho numa multinacional na área da programação de “drones”. Trabalho a partir de casa. Às vezes vou à empresa, mas a maioria do tempo trabalho em casa. Dá-me liberdade para viajar e trabalhar em qualquer sítio.

- Esse trabalho deve ser interessante.

- Gosto muito, Gabi. E os teus pais, como vão?

- Os meus pais estão efetivos em Chaves e têm um centro de explicações.

- E vocês ainda têm casa em Vilarandelo?

- Ainda te lembras do nome da minha terra?! Temos sim, e outra em Chaves.

- Sim, lembro. A tua mãe costumava oferecer-nos o folar na Páscoa, bolo podre, bolos económicos, alheiras, azeite… tudo de Valpaços.

- É verdade, Francisco. A tua mãe tomava conta de mim, quando a minha dava aulas, para eu não ficar sozinha. Sempre tão querida, a dona Maria do Céu. E nós aproveitávamos para brincar e fazer partidas à tua mãe.

O Francisco tinha arrancado um sorriso luminoso ao rosto da Gabi. À medida que a conversa fluía, mais se iluminava e maior era a alegria dela. Ficaram mais de duas horas à conversa e trocaram contactos prometendo verem-se de novo.

Quando chegou a casa, nem parecia a mesma Gabriela - era o seu verdadeiro nome -, ia tão feliz por reencontrar o Francisco Miguel…. Contou aos pais o sucedido e eles ficaram verdadeiramente contentes.

Nessa mesma noite, por volta da hora do jantar, a Gabi escutou o telemóvel a tocar. Era o Francisco. Queria convidá-la para tomar café depois do jantar. Ela fez uma........

© Diário de Trás-os-Montes


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