D. Dinis e a fundação da Universidade (1288-1290)
Setembro marca para muitos de nós o fim das férias e o regresso à “escola”. Para cerca de 50.000 pessoas, este regresso constituiu, recentemente, o início de um novo ciclo académico com a entrada na universidade pública portuguesa. Parece-me, portanto, uma excelente oportunidade para abordar, no contexto de uma coluna colaborativa dedicada à celebração dos “900 anos de Portugal” — concebida sob uma perspetiva cronológica ampliada —, os primórdios do fenómeno universitário em Portugal, nomeadamente a fundação da Universidade por iniciativa do rei D. Dinis (1279-1325).
O rei D. Dinis
Um dos grandes marcos da cultura portuguesa no período medieval foi a criação do Estudo Geral, designação pela qual a Universidade era geralmente conhecida nesse período. A sua fundação veio enriquecer e diversificar uma rede de instituições de ensino predominantemente eclesiástica, composta, até então, por escolas monásticas destinadas à formação interna de monges que viviam em comunidades beneditinas e cistercienses, e por escolas urbanas administradas pela hierarquia secular (bispos e cabidos) ou por ordens religiosas com uma vocação citadina, como os cónegos regrantes de Santo Agostinho e as ordens mendicantes, em particular os franciscanos e os dominicanos.
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Quando D. Dinis decidiu promover a criação do Estudo Geral em Lisboa, o movimento universitário já tinha aproximadamente um século de existência no seio da Cristandade, com a fundação de instituições na Península Itálica (Bolonha, Pádua, Nápoles, Macerata), em França (Paris, Toulouse, Orleães, Montpellier), em Inglaterra (Oxford, Cambridge) e até mesmo na Península Ibérica (Palência,........
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