A invasão da Ucrânia pela Rússia, iniciada em 24 de fevereiro de 2022, marcou o fim da ilusão de que a Europa viveria indefinidamente sem preocupações de defesa. A atitude russa, de frontal violação do direito internacional, tornou claro que os países membros da União Europeia têm mesmo que levar a sério as suas responsabilidades em matéria de defesa militar.

Ao recorrer a uma guerra, à qual chamou uma “operação militar especial”, e agora “estado de guerra”, a Rússia mostrou não ter limites aos seus impulsos imperialistas. E há um outro facto a exigir que os europeus assumam finalmente que têm de se armar. É que não parece prudente acreditar que, com Trump de novo na Casa Branca (o que, infelizmente, as sondagens apontam como muito possível), a Europa se manterá defendida pelo guarda-chuva nuclear americano.

Entre nós o debate sobre defesa não começou bem com a hipótese de jovens delinquentes virem a ingressar nas forças armadas portuguesas. Mas na sexta-feira passada o semanário Expresso publicou declarações do chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general João Cartaxo Alves, avisando que Portugal pode perder a sua soberania aérea se não fizer os investimentos necessários a tempo.

Trata-se de adquirir 27 caças norte-americanos F-35A, para substituir os atuais F-16, que já levam 30 anos de serviço. Aquisição que implicaria um gasto de cerca de cinco mil milhões de euros ao longo de 20 anos. Ou seja, não seria tudo gasto agora, até porque o primeiro jato só poderá chegar passados oito ou dez anos. O general receia que Portugal esteja a "ficar sozinho", enquanto grande parte dos países europeus avança para tecnologias e aviões mais avançados e modernos.

Ora aí está um bom princípio de conversa sobre o tema defesa europeia.

QOSHE - Defesa europeia - Francisco Sarsfield Cabral
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Defesa europeia

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20.05.2024

A invasão da Ucrânia pela Rússia, iniciada em 24 de fevereiro de 2022, marcou o fim da ilusão de que a Europa viveria indefinidamente sem preocupações de defesa. A atitude russa, de frontal violação do direito internacional, tornou claro que os países membros da União Europeia têm mesmo que levar a sério as suas responsabilidades em matéria de defesa militar.

Ao recorrer a uma guerra, à qual chamou uma “operação militar........

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