As presidenciais e a velinha a São Domingos

Um claro sinal de velhice é o brocado “dantes é que era bom”. No caso concreto do nosso país, este indicador avançado do passar dos anos vem normalmente acompanhado de falta de memória e de uma bela dose de ignorância. Não é preciso ter chegado sequer aos 40 para não se perceber as grandes e positivas transformações que o País viveu nos seus anos de vida, quanto mais ter a provecta idade de 60, 70 ou 80 anos.

Portugal está melhor do que há dez, 20, 30, 40 ou 50 anos, nem se compara.

Não somos um país exemplar, muito longe disso, mas a nossa trajetória nas últimas cinco décadas é notável e orgulha qualquer português que tenha memória ou o cuidado de olhar para a nossa História.

Confesso que tenho vontade de escrever e dizer isto de cada vez que há uma pessoa disposta a ler-me ou a ouvir-me. Bem sei que não passa de um murmúrio face à gritaria de quem não sai dos média e nos garante que antes do 25 de Abril isto era uma espécie de paraíso – é isso que faz quem diz que os últimos 50 anos foram péssimos –, mas não largo a minha microscópica bandeirinha.

Porém, e desta vez, venho mesmo assumir aquilo que pode ser chamado um discurso à velho: é a propósito das presidenciais.

A degradação da qualidade do nosso pessoal político está chapada perante os nossos olhos. Seja por as pessoas com bons curricula na sociedade civil não quererem estar expostas a toda a vilania e intriga mal pretendem assumir um cargo de serviço público, seja por os partidos se terem convertido em agências de........

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