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Deixar Damasco

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Em 2012, tive oportunidade de assistir em primeira mão ao êxodo sírio que fugia da guerra e da destruição do seu país rumo à Europa via Turquia.

Na altura, pouco ainda se falava em fluxos migratórios e a crise de refugiados só começaria a ter expressão mediática em 2015. Nesses três anos, muitos foram os que perderam a vida, a esperança e a dignidade em campos no lado de fora de uma Europa que sempre preferiu pagar para não encarar os problemas, do que resolvê-los.

O avolumar do problema e o tempo perdido sem medidas levaram a que as ações por pressão da opinião pública tivessem chegado muito tarde e, sobretudo, tivessem sido ineficazes.

Vivia-se o terror do Daesh, anteriormente denominado de Estado Islâmico, que por sua vez sucedera ao ISIS ( Islamic State of Iraque and Syria ) e teve a sua origem numa dissidência dentro da Al Qaeda. Esta genealogia é importante para que possamos ler os acontecimentos que nos são relatados de forma mais ou menos objetiva.

É indiscutível que o regime de Assad se baseou num sistema autoritário e centralizado, sustentado pelo partido Baath e pela elite alauita. Este exercício do poder sob uma população maioritariamente sunita levou a uma série de protestos à sombra da Primavera........

© Visão


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