1. Os resultados eleitorais, no geral coincidentes com os em meu juízo previsíveis, evidenciaram (e derivaram de) uma realidade singular: o político português no ativo com mais capacidade, talento e experiência, António Costa, tendo ganhado umas eleições com maioria absoluta, foi primeiro-ministro de um governo que criou uma larga insatisfação e animosidade. Por razões a ele alheias – v. g. a inflação, sequelas da guerra da Ucrânia e da Covid-19, o lamentável “estado” de grande parte dos média –, mas também por culpas próprias. Com erros políticos que não se pensava pudesse cometer, desde a escolha de alguns membros do executivo e outros colaboradores próximos até uma certa (aparente?) falta de atenção, de esclarecimento/resposta, face a situações e problemas graves.
E, no entanto, o governo do PS teve assinalável sucesso no campo económico e financeiro, e na credibilidade externa de Portugal, deixando uma muito boa situação a quem lhe sucede. Por exemplo, conseguiu excedentes orçamentais e priorizou (de mais, parece-me…) diminuir a dívida externa em vez de satisfazer progressivamente as reivindicações de vários setores profissionais, como os professores. Ora este tipo de opção, sendo importante para o País, tem pesados custos eleitorais – e por isso não sei se Costa pensava inverter........