O futebol e sua capacidade de escolher heróis onde ninguém está olhando

Safonov não era o nome que estampava cartazes, nem o rosto mais conhecido do PSG. Era o goleiro reserva, aquele que normalmente observa o jogo da linha lateral, agasalho fechado, olhar atento e silêncio absoluto. Porém, o futebol tem dessas ironias bonitas e cruéis: escolhe heróis onde quase ninguém estava olhando.

Nesta quarta-feira, contra o Flamengo, Safonov deixou de ser coadjuvante. Quando a decisão chegou aos pênaltis, ele caminhou para o gol com a tranquilidade de quem não tinha nada a perder e talvez, justamente por isso, tivesse tudo a ganhar. Enquanto a pressão esmagava os cobradores rubro-negros, o cansaço invadia e as pernas pesavam, ele parecia crescer a cada passo, como se o gol ficasse menor a cada batida.

Vieram as cobranças. E Safonov começou a ler olhares, adivinhar intenções, desafiar a lógica. Defendeu uma. Depois outra. E mais outra. Quando chegou à quarta defesa,........

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