Seis motivos para ter boas lembranças de 2025

Professor titular da UFBA, doutor em filosofia e autor de “Transformações da Política na Era Digital”, “A Democracia no Mundo Digital” e “A Tirania da Virtude”

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Desculpem os complacentes, mas cancelamento não é militância, crítica ou modo de chamar à responsabilidade quem supostamente cometeu um erro. É forma de violência política. Uma violência que combina bullying, linchamento moral e difamação, exercida de modo coletivo, assimétrico e covarde, mas capciosamente protegida pela convicção de superioridade moral.

Como o bullying, o cancelamento é dirigido à humilhação de seu alvo. Como o linchamento, é movido pelo contágio emocional da multidão e voltado para a punição exemplar de alguém. Como a difamação, tem por objetivo destruir reputações, redes profissionais e afetivas e meios de subsistência. Mas o cancelamento não é apenas a soma dessas práticas: ele as reúne num único gesto e ainda as reveste da linguagem do bem, da justiça e da virtude. O cancelador está certo de que é muito melhor do que o seu alvo.

O curioso é que os cancelados nunca são ideias, princípios ou valores, mas indivíduos. O cancelamento não refuta teses,........

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