A inveja do pênis e os homens
Freud foi insistente ao falar do terror da castração que o menino experimenta ao descobrir que a mãe não tem pênis, ao partir da premissa de que somos todos iguais. Horrorizado por constatar que nela falta o pedaço de carne que nele sobra, permanecia a questão de saber o que de tão terrível a mulher teria feito para perder "the precious".
Evitando correr o mesmo risco, o menino ficaria atento, desistiria de rivalizar diretamente com o pai pela posse da mãe e reconheceria que não se pode ter tudo na vida. Já a menina, descobrindo que o menino tem o que ela e a mãe não têm, viveria um ressentimento devastador. Que mãe é essa que não lhe deu o que qualquer moleque nasce tendo? Daí a necessidade de se afastar da traidora e seduzir o pai, esse, sim, detentor todo-poderoso daquilo.
A cena edípica pode ser interpretada da forma mais tosca, como acima, até a mais sofisticada. O que subjaz a esse enredo forçado é nossa incessante busca por responder quem somos e em quem ou no que nos fiamos. Duas perguntas cujas respostas nossa eterna angústia dá a dica de que não estão disponíveis.
A primeira é porque não há consistência ou estabilidade nisso que chamamos de nós mesmo e a segunda porque não há fiador do fiador. Daí que, acreditar que alguém pode........
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