As cenas de Jair Bolsonaro (Pl) tentando enxugar as lágrimas diante dos três comandantes das Forças Armadas e uma plateia de oficiais generais mostram que a consternação do presidente derrotado vai além de uma eventual tentativa de projetar um personagem.
Desde o dia em que a maioria dos brasileiros escolheu substitui-lo por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro trancafiou-se no Palácio da Alvorada, de onde, mergulhado em silêncio público, urdiu bem mais que uma tentativa de virar a mesa.
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Imagem: Reproduçao TV Brasil Os aliados que estimularam os esperneios presidenciais — entre eles, os generais Braga Netto e Augusto Heleno, ex-ministros igualmente reprovados nas urnas, como Onyx Lorenzoni e Gilson Machado, e auxiliares do gabinete presidencial — começam a demonstrar menos entusiasmo pela "resistência".
Outros já jogaram a toalha há mais tempo, como o ainda ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, que, assim como o filho 02 do presidente, Eduardo Bolsonaro
, preferiu esquecer as dores da derrota
curtindo a vida no Qatar, e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), que passou a dedicar-se à própria reeleição no instante seguinte ao anúncio da derrota de Bolsonaro.
Contra este último, o ex-capitão ainda tentou uma pueril vingança na semana passada ao usar da pouca tinta que ainda lhe resta na caneta para suspender a liberação das emendas de relator com que Lira contava para azeitar seu projeto de permanecer no comando da Câmara — coisa que, ao fim e ao cabo, conseguirá com ou sem o apoio do quase ex-presidente, até porque agora tem o eleito ao seu lado.
Na teoria clássica do luto, a fase da tristeza (que se segue às da negação, da raiva e da barganha) é a que precede a etapa em que o enlutado finalmente aceita a perda. As lágrimas que Bolsonaro, cada vez mais isolado, verteu hoje em plena terra de Marlboro podem ser o prenúncio dessa aceitação.
Choro de Bolsonaro na terra de Marlboro pode sugerir aceitação da derrota
As cenas de Jair Bolsonaro (Pl) tentando enxugar as lágrimas diante dos três comandantes das Forças Armadas e uma plateia de oficiais generais mostram que a consternação do presidente derrotado vai além de uma eventual tentativa de projetar um personagem.
Desde o dia em que a maioria dos brasileiros escolheu substitui-lo por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro trancafiou-se no Palácio da Alvorada, de onde, mergulhado em silêncio público, urdiu bem mais que........
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