O presidente diplomado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deixou claro para o presidente do União Brasil, deputado Luciano Bivar (PE), e para o senador Davi Alcolumbre (AP): a permanência dos ministros depende dos votos do partido na Câmara e no Senado.

Lula disse entender que o União Brail integrou a base de apoio ao governo Bolsonaro no Congresso e, portando, não votará em peso com o novo governo. Mas espera que, apesar da independência formal, os congressistas "deem os votos necessários à aprovação dos projetos importantes". Segundo ele, o apoio de "boa parte" do centrão "será fundamental".

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Bivar e Alcolumbre pediram apenas um tempo para conquistar esses votos na bancada. Tornaram-se padrinhos da indicação dos deputados Juscelino Filho (MA), como ministro das Comunicações, e Daniela do Waguinho (RJ), na pasta do Turismo, além do governador do Amapá, Waldez Góes, para o comando da Integração e Desenvolvimento Regional.

O União Brasil elegeu 59 deputados e apenas cinco senadores, incluindo alguns "votos perdidos", como o do ex-juiz Sérgio Moro (PR). O líder do partido na Câmara, Elmar Nascimento (BA), chegou a ser indicado para ministro, mas foi vetado pelo PT.

Antes mesmo do anúncio dos futuros ministros, Elmar antecipou à coluna que a legenda não fará parte da base de apoio a Lula no Congresso. "O posicionamento da bancada demonstrará a nossa independência", deixou claro.

Para tentar neutralizar a esperada oposição interna na sigla, Bivar e Alcolumbre pediram a Lula "ministérios de peso". Daí que conquistaram pastas com poder de atração no Congresso.

Lula adotou, então, uma estratégia semelhante à de Bolsonaro ao entregar para o centrão Comunicações, Integração e Turismo.

A diferença é que os nomes escolhidos não têm o mesmo peso no Congresso e no centrão que os nomeados por Bolsonaro.

O então deputado pelo Rio Grande do Norte Fabio Faria, por exemplo, chamado por Bolsonaro para a pasta das Comunicações, além genro de um grande empresário do setor, tinha grande trânsito no Congresso.

Faria havia sido indicado para o cargo pelo então presidente da Câmara, Rodrigo Maia, com quem rompeu só quando este rompeu com o presidente.

Já Juscelino Filho é um típico deputado do baixo clero da Câmara, sem grandes penetrações. Alcolumbre e Bivar terão que levá-lo pelo braço aos gabinetes de cada deputado.

Pior ainda é a situação de Daniela do Waguinho. Ela nem era deputada, acabou de ser eleita, carregada na campanha pelo marido, prefeito de Belford Roxo (RJ), conhecido como Waguinho.

Já o indicado por Alcolumbre na vaga do União Brasil para ministro da Integração, Waldez Góes, nem pertence ao partido. O ex-governador é do PDT e promete se transferir para a legenda do padrinho.

Ou seja, são todos do centrão, mas não gtêm o mesmo peso que os integrantes do centrão no governo Bolsonaro. Resta ver se trarão votos. Se não trouxerem, devem ser substituídos ainda neste primeiro ano de governo Lula.

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Recado de Lula a Alcolumbre e Bivar é que ministros saem se não trouxerem votos

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30.12.2022

O presidente diplomado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deixou claro para o presidente do União Brasil, deputado Luciano Bivar (PE), e para o senador Davi Alcolumbre (AP): a permanência dos ministros depende dos votos do partido na Câmara e no Senado.

Lula disse entender que o União Brail integrou a base de apoio ao governo Bolsonaro no Congresso e, portando, não votará em peso com o novo governo. Mas espera que, apesar da independência formal, os congressistas "deem os votos necessários à aprovação dos projetos importantes". Segundo ele, o apoio de "boa parte" do centrão "será fundamental".

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Bivar e Alcolumbre pediram apenas um tempo para conquistar esses votos na bancada.........

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