É nos congressos científicos mundo afora, onde pesquisadores se reúnem para trocar figurinhas, que a gente descobre o que os colegas estão fazendo —em geral uns dois anos antes de os resultados serem publicados oficialmente.
E é também nesses congressos que temos oportunidade de ouvir, diretamente dos envolvidos, histórias de sucesso, algumas sensacionais.
Por exemplo: acabo de descobrir, aqui em Zadar, na Croácia, que meus colegas já conseguiram essencialmente curar a epilepsia em camundongos... e humanos.
A epilepsia existe em várias formas, com surtos que surgem de focos diferentes em cada paciente. Mas uma forma comum é a epilepsia do lobo temporal, centrada no hipocampo. Essa é a parte do córtex cerebral que funciona como um carrossel que gira permanentemente, associando novos eventos em memórias.
Mas todas as formas de epilepsia têm uma coisa em comum: as crises são surtos de hiperatividade neuronal que escapa ao controle de um "freio" que toda parte de todo cérebro tem embutida. Esse freio são os interneurônios, neurônios inibitórios, cuja atividade suprime a atividade de outros neurônios.
A causa da insuficiência desse freio embutido varia de um paciente para outro, mas o resultado é o mesmo. Sem........