Deixem a Kate em paz

Kate, eu te entendo.

Vou dizer o que ces vão pensar que é viagem: eu sabia.

Quando todo mundo começou a falar do sumiço da princesa, de uma "cirurgia abdominal" anunciada pelo palácio de Kensington em janeiro, do braço photoshoppado: eu imaginei.

Provavelmente é coisa de sobrevivente de câncer, que sempre tá vendo câncer em toda parte. Desenvolvemos algo entre o faro e a noia. Kate, eu sei.

Eu não sou uma princesa, nem tenho milhões de seguidores e paparazzis e responsabilidades reais.

Mas, quando fui diagnosticada, de repente tava todo mundo sabendo -- sem nem eu saber como. Sem poder controlar.

Eu queria silêncio, necessitava fugir, me recolher; eu queria apoio e abraço dos meus; eu precisava de tempo.

Tempo pra entender a presença irascível da morte assim, de repente, num dia qualquer.

Mais

Por algum tempo depois do meu diagnóstico, me absorveu um profundo sentimento de perplexidade.

Perplexidade diante do abismo sideral entre Os Antes e Depois da Vida.

Lembro que era uma sexta-feira e fazia sol. Um sol........

© UOL