Os 18 meses de Lula 3

Após mais de ano e meio, é possível divisar o que deve ser o terceiro mandato de Lula.

O maior problema no país é o desequilíbrio fiscal. Trata-se de um problema do Congresso Nacional em que a liderança do presidente é importante.

Lula resolveu iniciar seu mandato com pé no acelerador do gasto. Após ano e meio, está claro que arrumar o desequilíbrio fiscal não é objetivo de Lula. Ele empurrará esse tema para seu quarto mandato, se chegar bem em 2026, ou para seu sucessor.

A estratégia de Lula parece ser levar o país até 2026 com uma sucessão de ciclos de tensionamento e distensionamento com o mercado financeiro. Vale lembrar, por mercado financeiro entendem-se as pessoas que financiam o Tesouro Nacional com suas poupanças.

Assim, houve um ciclo de tensionamento das eleições até o primeiro trimestre de 2023, aproximadamente. A aprovação da emenda constitucional da transição e uma retórica muito crítica às reformas azedaram bem o ambiente. O câmbio chegou a R$ 5,3.

Do segundo trimestre de 2023 até o fim do ano passado, o clima distensionou, com o bom desempenho da agenda econômica —aprovação do arcabouço fiscal, da reforma tributária e de diversas medidas de combate ao planejamento tributário— sob a liderança do ministro Haddad. Contribuíram para a distensão sete meses seguidos de boas leituras para a inflação americana.

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