Defensores da anistia a golpistas partem para o linchamento de jornalistas
Defender perdão a golpistas, por mais bizarro que seja, faz parte do jogo político, apesar de a tentativa de golpe de Estado em si ser uma excrescência. Criticar o tamanho de penas também — decisões judiciais devem ser acatadas, mas podem ser criticadas. Contudo, quando a defesa de acusados de golpismo se utiliza de instrumentos de violência, ela vira crime, dos mais baixos.
Nos últimos dias, vimos uma ação coordenada nas redes contra as jornalistas Gabriela Biló e Thaísa Oliveira, do jornal Folha de S.Paulo, com ameaças de morte e até ataques a parentes, após o julgamento de uma das denunciadas por tentar transformar a democracia em geleia no 8 de janeiro. A ré pichou a estátua da Justiça, mas os 14 anos de pena a ela atribuídos não foram por causa disso, mas pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, dissolução violenta do Estado democrático de direito, organização criminosa. O dano ao patrimônio não daria essa pena por si só.
Com isso, a turba começou um linchamento público embasada na mentira de que as jornalistas foram as responsáveis pela punição sofrida pela mulher simplesmente porque registraram os atos golpistas no jornal e na sandice de que elas reuniram, empacotaram e enviaram material ao Supremo Tribunal Federal.
Josias de........
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