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O discreto charme da gíria antiga

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01.08.2024

Gosto de gírias antigas.

Palavras são entes vivos: nascem e morrem, com toda uma história que pode ser curta ou longa –às vezes tão longa que simula a eternidade, enganando muita gente– de entremeio.

O legal das gírias é que elas nos permitem acompanhar esse ciclo em miniatura, como se estivéssemos num laboratório: vão do nascimento à morte, como qualquer palavra, mas com raras exceções (como "bacana", esse fenômeno de duração) percorrem rapidamente a distância entre os dois pontos.

O caráter efêmero está na sua natureza. A brevidade da vida é o preço que pagam pela intensidade com que se jogam, cheias de ímpeto juvenil, em todos os excessos da missão de comunicar, misturando sentido e atitude.

São como certos artistas malditos: brilham demais e se consomem depressa. Durar além da conta seria visto, no caso delas e deles, como um ato de mau gosto. Quanto tempo levará o atualíssimo verbo tankar, por exemplo, para virar peça de museu?

Um dos efeitos de tanta efemeridade é que as gírias se esmeram em denunciar a idade de quem as usa. Um dia dei uma mancada: estranhei quando me disseram que a palavra mancada era........

© UOL


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