No dia 18 de agosto de 1996, a Folha publicou uma entrevista com o publicitário Duda Mendonça que merece constar nos anais das metáforas expressivas do vocabulário político brasileiro.
Assinada por Marcos Augusto Gonçalves, a entrevista tratava da ascensão de um nome até recentemente menor na política paulistana: o de Celso Pitta, então candidato favorito a prefeito – e eleito poucos meses depois.
Ex-secretário de Planejamento de Paulo Maluf, que o lançara como seu sucessor, Pitta tinha a fama de ser uma invenção política do seu guru, um desses sujeitos sem brilho próprio que entram no jogo como títeres, testas de ferro de alguém mais poderoso, de quem se esmeram em cumprir as ordens.
Um poste, pois é. Pobre Pitta. A fama de "poste do Maluf" grudou nele de tal forma que parece seguro afirmar que ninguém fez mais pela consagração dessa metáfora no vocabulário político nacional, ainda que a expressão viesse de algum passado indefinido, como parece ser o caso.
"Muitos diziam que o prefeito seria incapaz de transferir votos", perguntou a Folha a Mendonça. "Você e o Maluf estão conseguindo eleger um poste?" O entrevistado, em seu papel, respondeu que aquilo era besteira e que........