Livrarias de portas abertas

Meu amigo Mario Gabbay, dono da Marché, uma grande pequena loja de discos de São Paulo, teve de fechar as portas nos anos 2000, e não por falta de clientes. "O problema não era vender, mas comprar", ele me dizia. Um CD de artista famoso lançado naquela semana lhe custava, digamos, R$ 20, direto na gravadora. Com os custos, impostos e aluguel do ponto, não podia vendê-lo por menos de R$ 30 para ter mínimo lucro. Mas Mario não tinha sequer acesso ao disco, porque a gravadora dera exclusividade às Lojas Americanas por semanas. E as Americanas vendiam esse disco pelos mesmos R$ 20 com que o compravam.

O que significava? Que elas podiam trabalhar com prejuízo, vendendo um disco pelo preço de custo, já que ele era só um item na sua longa lista de ofertas, de alfinetes a geladeiras. Além disso, para as Americanas, o disco não custara R$ 20, mas R$ 15 ou menos........

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