Sempre gosto de falar algo que parece óbvio, mas obviedades por vezes precisam ser ditas: mudanças climáticas não têm fronteiras.
Esse conceito é importante diante de um dos principais desafios para a descarbonização: o gargalo logístico.
Não faz sentido que combustíveis sustentáveis atravessem oceanos ou continentes, de países produtores para importadores, em meios movidos a combustíveis fósseis, apenas para a redução isolada de metas de redução de emissões.
Qual a alternativa mais eficiente?
Sem dúvida, a criação de mecanismos inteligentes de compensação de créditos de carbono.
Na aviação, por exemplo, transportar combustíveis sustentáveis como o SAF (Sustainable Aviation Fuel) para um aeroporto ou voo específico seria caro e levaria a maiores emissões de GEE.
O ideal é que os mandatos para uso de SAF estejam bem pactuados dentro de uma visão global. Uma hipótese: se uma companhia aérea tiver de usar 1% de SAF, não faz sentido que esse mesmo percentual seja mandatório em cada país. É muito mais razoável planejar que esse suprimento majoritariamente aconteça em países que já disponham dessa matéria-prima para a produção, permitindo que esse carbono seja devidamente abatido pelos compradores de certificados.
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