Sem sexo há milhões de anos, invertebrado importa DNA para produzir antibiótico
Lidar com abstinência sexual involuntária não é nada fácil. Quanto mais o tempo passa, mais o sujeito se sente tentado a práticas nada ortodoxas para dar um jeito no problema. Por exemplo, emprestar DNA de bactérias e inseri-lo no próprio genoma —nitidamente coisa de quem já ultrapassou todos os limites do desespero.
Pudera: pelo que sabemos, os pobres celibatários de que estamos falando não sabem o que é sexo há 25 milhões de anos. Refiro-me aos rotíferos bdeloides, invertebrados menores que a espessura de um fio de cabelo —uma das esquisitices mais interessantes já produzidas pela evolução. O nome complicado pode ser traduzido como "animais-roda rastejantes".
Já se sabia que os bdeloides são recicladores contumazes do material genético alheio, incorporando DNA de espécies de fora do reino animal em seu genoma com alguma frequência. Um novo estudo indica que essa prática aparentemente disparatada faz, na verdade, todo o sentido do mundo.
Ocorre que parte desse DNA surrupiado contém a receita para a produção de antibióticos bastante incomuns, que ajudam os bichinhos a enfrentar infecções, exatamente como o antibiótico que você compra na farmácia quando está com dor de........
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