Darwinismo etílico e passarinhos pra lá de Bagdá

"Ainda não está claro como um musaranho-arborícola embriagado poderia se comportar", escrevem os autores de um estudo publicado há pouco no periódico especializado Trends in Ecology & Evolution. Bem, taí uma frase que a gente não vê todo dia na literatura científica.

Acontece que o bicho, um parente distante dos primatas natural do Sudeste Asiático, passa suas noites bebendo o que talvez possamos descrever como "cerveja natural". Trata-se do néctar fermentado de palmeiras do gênero Eugeissona, com teor alcoólico de cerca de 4%, não muito diferente das cervejas mais comuns.

De acordo com uma pesquisa pioneira sobre o tema, levando em conta o tamanho diminuto do animalejo (uns 15 cm, sem contar a cauda), é como se ele fosse uma pessoa que consome nove taças de vinho ao longo de 12 horas. Curiosamente, até hoje ninguém detectou alterações significativas em sua coordenação motora ou comportamento (ainda que, de novo, não seja propriamente fácil medir isso…).

O musaranho é só um dos casos mais chamativos de um fenômeno mais amplo, que poderíamos chamar de darwinismo etílico. De acordo com os autores do novo estudo, liderados por Kimberley Hockings, da........

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