Leiam trechos da minha coluna na Folha:
*
Lula reinaugura a política em Brasília. Até agora tem sabido, para ficar na metafísica influente destes dias, como tocar e lançar a bola, a despeito da rabugice "Duzmercáduz" e de setores consideráveis da imprensa, que odeiam justamente a... política. "Rabugem", a propósito, é sinônimo de sarna. O rabugento está sempre se coçando, numa inquietude viciosa. Jair Bolsonaro se queda em silêncio porque moralmente derrotado, incapaz de se apresentar a suas milícias com a conhecida altivez burra e truculenta. Faz soar, na sua quietude, o apito de cachorro para manter mobilizados os zumbis do golpismo, enquanto Eduardo, o filhote, vai à farra no Qatar levando consigo supostos "pen drives" sobre "a atual situação do Brasil"... Mas há mais do que o peso da derrota.
Aquele que, para todos os efeitos, ainda preside o país nada diz porque se vê cercado, de súbito, por um ambiente que lhe é absolutamente estranho e ao qual sempre se mostrou hostil: a negociação. (...) O líder petista indicou vários nomes para se acercar da herança do "imbrochável" amuado, mas é evidente que é ele, não um preposto enfatuado e arrogante, a negociar, por exemplo, a PEC da Transição. (...) Não sei se Lula consegue a aprovação da PEC pelo pico, com um valor de R$ 198 bilhões, excepcionalizando-se por quatro anos os R$ 175 bilhões do Bolsa Família. Seria o melhor, mas é provável que não leve tudo. (...) A negociação virou instrumento para a formação da futura base de apoio e para a eleição das respectivas Mesas da Câmara e do Senado. (...) "Ah, mas e a permanência do orçamento secreto"? Como existe, é uma excrescência e não vai se tornar virtuoso porque Lula será o presidente. Parece-me, no entanto, que, por ora, já é grandeza demais dotar o país de uma peça orçamentária realista; reconstruir a governança destroçada em qualquer área que se analise; reinserir o Brasil na economia verde; enfrentar -- e isto ainda reserva sortilégios futuros, podem apostar-- um processo de normalização do golpismo, que contamina até setores da imprensa, e reinstaurar o espaço da divergência que não pressuponha a eliminação do outro. O "bolsofascismo" veio para ficar. O desafio consiste em circunscrevê-lo, aprisionando-o nos nichos da delinquência política.
(...)
Íntegra aqui
Colunistas do UOL
Bolsonaro se cala porque a política voltou e ele nada tem a dizer
Leiam trechos da minha coluna na Folha:
*
Lula reinaugura a política em Brasília. Até agora tem sabido, para ficar na metafísica influente destes dias, como tocar e lançar a bola, a despeito da rabugice "Duzmercáduz" e de setores consideráveis da imprensa, que odeiam justamente a... política. "Rabugem", a propósito, é sinônimo de sarna. O rabugento está sempre se coçando, numa inquietude viciosa. Jair Bolsonaro se queda em silêncio porque moralmente derrotado, incapaz de se apresentar a suas milícias com a conhecida altivez burra e truculenta. Faz soar, na sua quietude, o apito de cachorro........
© UOL
visit website