Na semana passada, pela primeira vez na história, o índice Dow Jones fechou acima de 40 mil pontos.
Ao contrário de muitos comentaristas de direita, não considero o mercado de ações o melhor indicador da saúde da economia, ou mesmo um bom indicador. Mas é um indicador. E, dada a situação da política americana, com hiperpolarização e teorias da conspiração correndo soltas, eu argumentaria que esse marco merece mais atenção do que tem recebido.
Sem querer ser muito direto, mas você tem alguma dúvida de que os republicanos, de modo geral, estariam anunciando o recorde do Dow aos quatro ventos se Donald Trump ainda estivesse na Casa Branca?
O pano de fundo aqui é a diferença entre o que sabemos sobre o estado real de nossa economia e a forma como Trump e seus aliados a descrevem.
Pelos números, a economia parece muito boa. O desemprego agora está abaixo de 4% há 27 meses, um recorde alcançado pela última vez no final da década de 1960, terminando em fevereiro de 1970. A inflação está muito abaixo do pico em 2022, embora, pela maioria das medidas, ainda esteja um pouco acima da meta do Federal Reserve (o banco central dos EUA) de 2%. O crescimento econômico dos EUA nos últimos quatro anos tem sido muito mais rápido do que em outros países ricos comparáveis.
No entanto, Trump diz que a economia está "desmoronando em um esgoto de ruína". Como essas alegações podem ser conciliadas com os bons dados econômicos?
Bem, os números que acabei de citar vêm de agências oficiais —o Bureau of Labor Statistics (BLS, que produz dados do mercado de trabalho) e o Bureau of Economic Analysis (que estima o Produto Interno Bruto).
E se você fosse um partidário hardcore do Maga ["Make America Great Again", slogan da campanha de Trump] inclinado a teorias da conspiração —mas eu estaria sendo repetitivo—........