O que mais surpreendeu na recente viagem de Tucker Carlson à Rússia não foi sua entrevista obsequiosa com Vladimir Putin, mas seus elogios nos dias seguintes sobre como Moscou é maravilhosa.
Mas, afinal, ele era um convidado especial do país que inventou as aldeias Potemkin (mesmo que a história original seja questionável), e garantir que ele visse apenas coisas boas deve ter sido fácil.
Imagine, por exemplo, que você trouxesse pessoas para Nova York e garantisse que tudo o que elas vissem fosse o Upper East Side perto do Metropolitan Museum of Art. Elas sairiam com a impressão de que Nova York é uma cidade muito limpa e elegante.
A verdade é que, enquanto partes de Moscou oferecem a uma pequena elite um estilo de vida opulento, a Rússia como um todo é mais do que pouco precária.
Cerca de 20% das casas nem sequer têm banheiros internos. Para muitos russos, a vida é pobre, desagradável, brutal e curta: a expectativa de vida é substancialmente menor do que nos Estados Unidos, mesmo que aqui ela tenha caído e esteja atrás de outros países desenvolvidos.
De qualquer forma, enquanto elogiava Moscou, Carlson criticou as cidades americanas, especialmente Nova York, onde, segundo ele, "você não consegue usar o metrô" porque "é muito perigoso".
Sem dúvida, há nova-iorquinos com medo de pegar o metrô. No entanto, de alguma forma, havia cerca de 1,7 bilhão de passageiros por ano antes da pandemia —sim, eu pego o metrô o tempo todo— e o número de passageiros, embora ainda menor por conta do aumento do home office, tem se recuperado rapidamente.
É possível, é claro, que Carlson nunca tenha andado de metrô em Nova York, ou pelo menos não desde os dias em que Nova York tinha cerca de seis vezes mais homicídios por ano do que tem hoje em dia.
Nesse sentido, ele estar dando uma de Donald........