O Natal que não chegou na perspectiva de uma vista ao presídio |
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Advogado e teólogo, é diretor do Ciema (Centro Internacional de Estudos do Método Apac) e vencedor do Prêmio Empreendedor Social 2017
Desde o início de dezembro, a casa daquela criança parecia respirar um ar diferente, afinal, o Natal se aproximava —e, com ele, a promessa silenciosa de magia.
Na véspera, ele quase não dormiu. Era como se, ao fechar os olhos, pudesse ouvir ao longe o passo lento e suave do bom velhinho caminhando sobre nuvens de neve —mesmo vivendo em um verão brasileiro que derretia o asfalto. A fantasia faz dessas coisas: transforma o impossível em certeza.
Mas quando o sol nasceu no tão esperado dia 25, a mãe o chamou com um tom sério, diferente dos outros anos. "Hoje vamos visitar o seu pai", informou ela.
E, como quem engole o último pedaço de sonho, ele vestiu a roupa simples, pegou a sacolinha com produtos de higiene pessoal —presente que nunca imaginara entregar— e seguiu a mãe.
No primeiro ônibus, olhou para todos os lados. Cada pessoa era, para ele, um disfarce possível do Papai Noel. "Talvez ele apareça a qualquer momento", pensou.
No trem, fixou os olhos nas portas, achando que elas poderiam se abrir para revelar o personagem que habitava seus livros coloridos. No segundo ônibus, continuou esperando. Mas nada. A magia parecia estar atrasada.
Quando........