Discursos, ritual de posse e decretos indicam um Lula disposto a corrigir seus erros.
E quais seriam eles?
Colunistas do UOL
Lula errou nos dois primeiros mandatos.
Errou ao não colocar no centro do debate a emergência climática, errou ao não prestar atenção nas pautas identitárias, errou ao não perceber que justiça social só se faz sem a estupidez de ficções neoliberais como o teto de gastos.
O que Lula fez de certo - incluir o pobre no orçamento e nas universidades, trabalhar para acabar com a fome e elevar o Brasil a uma das lideranças geopolíticas mundiais - ele reforçará, e seus discursos deixam isso bastante claro.
Mas ao que parece, por sua postura nesse primeiro de janeiro, os erros serão, enfim, reparados.
Amazônia, respeito aos biomas, poder aos povos originários e foco na política de igualdade de raça e de gênero, além do que pareceu uma disposição bastante honesta para diminuir a desigualdade - coisa que seus dois primeiros mandatos não fizeram porque colocar pobres no orçamento enquanto ricos ficam mais ricos não diminui desigualdade - foram citados com ênfase, paixão e urgência em seus dois pronunciamentos de posse.
Um Lula mais seguro, mais emotivo e mais sangue nos olhos vem aí.
De imediato, decretos anunciados antes da posse do ministério deixam evidente o que esse governo pretende fazer.
Do enfrentamento da fome, da miséria, da desoneração do preço dos combustíveis do controle do posse de armas, de uma nova política energética, do combate ao desmatamento, da inclusão de pessoas com deficiência na educação, do fim dos sigilos indevidos, das desestatizações dos Correios, do fomento das atividades dos catadores de materiais recicláveis, do fortalecimento do Ibama e do Conama.
Os decretos apontam caminhos.
São caminhos que desagradarão a oligarquia dominante, desagradarão o senhor-Deus mercado e os liberais.
São caminhos que pressupõem enfrentamentos como nunca antes houve.
O poder concentrado do capital privado não aceita seu papel na distribuição de renda e gritará como puder para manter a margem de lucro, acumulação de riqueza e o que considera o sagrado direito da exploração.
É por isso que a postura e as palavras de Lula ganham importância: indicam que ele não recuará e que não teme entrar em rota de colisão em nome da igualdade social.
O dia da posse de Lula em seu terceiro mandato foi histórico e, ao subir a rampa acompanhado de representantes da população, pudemos finalmente verificar um acerto de Jair Bolsonaro: ao se recusar a passar a faixa a Lula ele permitiu que a imagem pudesse ser registrada.
A crise sempre foi ética e estética e esse primeiro de janeiro de 2023 ficará marcado como o começo da correção da estética do poder.
Como muito bem observou a comentarista Flavia Oliveira na GloboNews, toda aquela representatividade subindo a rampa ficou também marcada nas passadas da vira-lata Resistência. Uma nação que convive com seu complexo de vira-lata (salve Nelson Rodrigues) começa, enfim, a se reencontrar com sua potência vital.
Vamos, Brasil. Vamos ser gigantes na vida.
Um Lula mais seguro, mais emotivo e mais sangue nos olhos vem aí
Discursos, ritual de posse e decretos indicam um Lula disposto a corrigir seus erros.
E quais seriam eles?
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Lula errou nos dois primeiros mandatos.
Errou ao não colocar no centro do debate a emergência climática, errou ao não prestar atenção nas pautas identitárias, errou ao não perceber que justiça social só se faz sem a estupidez de ficções neoliberais como o teto de gastos.
O que Lula fez de certo - incluir o pobre no orçamento e nas universidades, trabalhar para acabar com a fome e elevar o Brasil a uma das lideranças geopolíticas mundiais - ele reforçará, e seus discursos deixam isso bastante claro.
Mas ao que parece, por sua postura nesse primeiro de janeiro, os erros serão, enfim,........
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