Existe uma história que fala de um menino que andando pela floresta achou um pássaro de canto que cantava o canto mais lindo. Ele pegou o pássaro e o levou para casa. O pai, enfurecido com aquela audácia, matou o pássaro de um golpe. Assim que o fez, caiu morto ele mesmo.
A história quer deixar como lição que ao matar o pássaro, matamos a música e, ao matarmos a música, morremos.
Colunistas do UOL
A morte de alguém como Roberto Dinamite funciona de modo oposto. Morre o corpo, mas não a música que saía de seus pés.
Vi Dinamite jogar e acho que ninguém usou com tanta imponência e beleza a cruz de malta no peito.
Houve outros músicos da bola que vestiram o uniforme cruzmaltino, mas ninguém o fez como ele.
Assistir a um Vasco e Flamengo nessa época era ver Dinamite e Zico numa mesma arena. Quem viu, viu. Era coisa demais, era beleza demais, era música demais.
Eu, uma criança, aprendia com esses fora-de-série a respeito do jogo que estava começando a amar.
Vestiam as cores dos rivais, mas faziam arte, me permitiam sentir, me contavam, com seus corpos, o que era a vida.
Hoje Dinamite faz sua transformação final. Ele, que transformou o jogo em arte sublime, agora sai de cena.
Sairemos todos um dia. Mas alguns de nós saem sob aplausos que vão ecoar por muito tempo.
Parte para seu último e mais imenso salto no vazio, como fez tantas vezes depois de marcar um gol.
Obrigada, Dinamite. Obrigada por me mostrar tudo o que o futebol pode ser.
Mesmo usando as cores de um rival, foi sempre impossível não te admirar.
É com o mais profundo pesar que o Vasco da Gama recebe a informação que o #MaiorDeTodos nos deixou neste domingo.
Carlos Roberto de Oliveira, o Dinamite, dedicou 29 dos seus 68 anos ao Clube, como atleta e Presidente.
Te amaremos para sempre, Calu.
Descanse em paz 🖤 pic.twitter.com/kgXyAx1mql
-- Vasco da Gama (@VascodaGama)
January 8, 2023
Dinamite, obrigada por me mostrar tudo o que o futebol pode ser
Existe uma história que fala de um menino que andando pela floresta achou um pássaro de canto que cantava o canto mais lindo. Ele pegou o pássaro e o levou para casa. O pai, enfurecido com aquela audácia, matou o pássaro de um golpe. Assim que o fez, caiu morto ele mesmo.
A história quer deixar como lição que ao matar o pássaro, matamos a música e, ao matarmos a música, morremos.
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A morte de alguém como Roberto........
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