Ver Isabel saltar era um evento em si.
Observar com ela corria para bater os pés no chão, tomar impulso e pular. Ainda no chão, braços para trás. Voo tomado, braços começando a subir. Uma vez no ar, puro êxtase.
Colunistas do UOL
Eventualmente, nesse voo, seu braço direito acabava se encontrando com a bola num tipo de contato que produzia fogo de tão forte que era a forma como ela cravava a bola no chão. Era lindo e emocionante, mas me importa aqui falar do voo.
Na areia, seu salto impressionava. Mas era em quadra que tínhamos a sensação de que estávamos diante de uma beleza feita da mesma força que acendeu as estrelas.
Isabel era imensa. Nas areias das praias cariocas e na vida.
Nas palavras de meu colega Lucio de Castro, "Isabel foi Leila, foi Asdrúbal, foi Circo Voador no Arpoador, foi o Flamengo, a seleção brasileira, foi festa pagã e religiosa juntas e misturadas, a Ipanema que amou como ninguém e viu cada fim de tarde".
O texto completo de Lucio sobre Isabel você pode ler aqui. Está tudo nele porque Lucio é outra imensidão.
O que a gente pode dizer quando alguém como Isabel parte tão precocemente, saindo de uma festa que nem começou e que ela trabalhou tanto para fazer acontecer?
Agradecer. Apenas agradecer.
Agradecer tanta beleza e luta. Tanta inspiração e entrega.
Como uma vez escreveu o português João Tordo: engraçado quando dizem que a morte é o contrário da vida. A morte é o contrário do nascimento. A vida não tem contrário.
Para alguns, não tem mesmo.
Quem estava prestando atenção escutava o que Isabel falava enquanto se erguia, imensa, contra injustiças e desonestidades.
É por isso que as pessoas como ela não desaparecem jamais: algumas vidas não conseguem ser interrompidas nem mesmo pela morte.
Isabel vai, mas seus voos ficam.
Como Isabel nos ensinou que a vida não tem contrário
Ver Isabel saltar era um evento em si.
Observar com ela corria para bater os pés no chão, tomar impulso e pular. Ainda no chão, braços para trás. Voo tomado, braços começando a subir. Uma vez no ar, puro êxtase.
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Eventualmente, nesse voo, seu braço direito acabava se encontrando com a bola num tipo de contato que produzia fogo de tão forte que era a forma como ela cravava a bola no chão. Era........
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