O chão está devidamente riscado.

Não há mais muros e nem a chance de dançar alegremente em volta da fogueira da falsa simetria.

Colunistas do UOL

Existem hoje democratas e existem nazi-fascistas entregues a atos terroristas.

Desde a Lava Jato que intelectuais e juristas mais atentos chamavam nossa atenção para os perigos sociais que a operação enviesada e inquisitória iria criar.

Desde 2016 os analistas político-econômicos mais pertinentes e honestos apontavam para a onda autoritária que estava se formando no horizonte.

Desde 2018 esses mesmos profissionais - muitos acadêmicos entre eles - falavam em fascismo, nazismo e terrorismo associados ao bolsonarismo.

Muitos davam os ombros, faziam pouco caso, tratavam de igualar o PT a Bolsonaro e seus métodos como dois extremos de alguma coisa comum.

Pois eis que, finalmente, todos chegamos à mesma página. É terrorismo e é nazi-fascismo.

Que bom: um debate a menos para travarmos.

É surpreendente que aqueles cujo trabalho é analisar conjuntura política tenham passado tento tempo avaliando a situação de forma errada.

É ainda mais surpreendente que sigam sendo chamados a falar.

Mas, pelo menos, acordaram de seus sonos profundos, negligentes e omissos.

Estão falando, usando palavras nunca usadas: terrorismo, golpistas, vândalos, criminosos, extremistas.

A questão agora é saber que reação os poderes tomarão.

Se a reação for pesada, imediata e altamente punitiva, então estaremos no caminho certo.

Se a reação for a de envolver Jair Bolsonaro diretamente nas investigações, e punir o bolsonarismo como um movimento terrorista que faz uso de símbolos e estratégias nazi-fascistas, estaremos no caminho certo.

Se a reação for a de promover a noção de que anistia nunca mais fará parte desse estado de coisas, estaremos no caminho certo.

Não basta estancar os atos golpistas e seguir a vida.

É preciso punir. Punir desde a base. Investigar, processar e punir todos os terroristas, todos os governadores coniventes, todos os secretários de justiça coniventes, todo e qualquer político conivente. Punir jornalistas coniventes, punir empresários coniventes.

Os atos terroristas desse oito de janeiro abrem a possibilidade para que essas punições tenham apoio da opinião pública.

Aproveitar o momento é mandatório. Que nossos poderes saibam agir.

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Atos terroristas em Brasília oferecem a chance de reagirmos adequadamente

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09.01.2023

O chão está devidamente riscado.

Não há mais muros e nem a chance de dançar alegremente em volta da fogueira da falsa simetria.

Colunistas do UOL

Existem hoje democratas e existem nazi-fascistas entregues a atos terroristas.

Desde a Lava Jato que intelectuais e juristas mais atentos chamavam nossa atenção para os perigos sociais que a operação enviesada e inquisitória iria criar.

Desde 2016 os analistas político-econômicos mais pertinentes e honestos apontavam para a onda autoritária que estava se formando no horizonte.

Desde........

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