Todo mundo chorou nas Olimpíadas
O Brasil terminou os Jogos Olímpicos de Paris com 20 medalhas, uma a menos do que em Tóquio, mas com apenas três de ouro, bem distante das sete conquistadas tanto na edição passada quanto no Rio, em 2016.
A rigor, o resultado do país (3 ouros, 7 pratas, 10 bronzes) foi só um pouco melhor do que o alcançado em Londres, em 2012 (3 ouros, 5 pratas, 9 bronzes), e em Pequim, em 2008 (3 ouros, 4 pratas, 10 bronzes). Um retrocesso, enfim.
Houve muitos sinais antes e durante os Jogos de que o Brasil não repetiria o bom desempenho de Tóquio, mas a cobertura jornalística, em especial a da televisão, não refletiu essa situação. Ao contrário, num tom de empolgação permanente, buscou manter acesa, a todo momento, a esperança do torcedor em "chances de medalha".
É verdade que o clima de otimismo foi influenciado também pelo fato de que Paris-2024 representava uma retomada após a rebordosa de Tóquio, marcada pela pandemia do coronavírus, uso de máscaras e estádios vazios. Todo mundo se animou —patrocinadores, mídia e público.
Como registrei aqui no início, em coberturas deste tipo aflora um patriotismo natural, incontrolável e, às vezes, insuportável. Mas não é possível ignorar um outro aspecto, menos orgânico. Fazer o possível para manter o espectador........
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