Como o presidente e o governador serão afetados eleitoralmente pela calamidade no Rio Grande do Sul? Um exemplo ilustra a questão. O sucesso de Herbert Hoover, que liderou com grande visibilidade a resposta do governo federal à "enchente do século", do rio Mississipi, levou-o a se tornar candidato nas eleições presidenciais americanas de 1928. No entanto, nas áreas afetadas ele perdeu algo como 10% dos votos, segundo o estudo Disasters and elections.
A literatura sobre eleições e desastres naturais (que discuti na coluna aqui) divide-se em duas explicações rivais. A primeira afirma que eles geram emoções negativas que levam a uma punição nas eleições. Este argumento (conhecido como "retrospecção cega") foi desenvolvido em trabalho clássico sobre efeitos de ataques de tubarão. Os eleitores punem governantes por eventos externos aleatórios, pelos quais eles não são responsáveis. Aconteceu com Hoover.
O argumento rival é que esta punição é racional, não emotiva. E nem sempre........