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Rescaldo de fiasco na FDA dissemina baixo astral na psicodelia

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30.08.2024

Ainda reverbera, no campo psicodélico, a rejeição da psicoterapia com MDMA (ecstasy) para transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) pela agência norte-americana de fármacos, FDA, no começo do mês. Ainda há quem tente dourar a pílula, mas é evidente que novos tratamentos atrasarão anos, talvez uma década.

A agência reguladora exigiu da Lykos a realização de um terceiro teste clínico de fase 3, para o qual a companhia hoje não dispõe de fundos. São necessárias dezenas de milhões de dólares para isso.

Os otimistas, alguns movidos por oportunismo, afirmam que o baque terá sido benéfico para terapias psicodélicas, por acionar um freio de arrumação. Se e quando essas drogas puderem ser receitadas, argumenta-se, estarão cercadas de mais rigor e implicarão menos riscos para pacientes.

Só falta os críticos angelicais, desses que transformam o ótimo em inimigo do bom, convencerem centenas de milhões deprimidos graves e portadores de TEPT que hoje não respondem aos tratamentos disponíveis. Psicodélicos, embora não sejam panaceia, prometiam a chance de melhora para ao menos alguns deles.

Com a freada imposta pelo estamento biomédico, escafedeu-se a Lykos Therapeutics, que apresentara o pedido de licença à FDA. A Lykos demitiu uma centena de empregados, 75% de sua força de trabalho.

De quebra, se livrou de seu conselheiro Rick Doblin, fundador da ONG Associação Multidisciplinar para Estudos Psicodélicos (Maps, em inglês), da qual a empresa se originou. A Maps também cortou 33% de seu pessoal.

A Lykos fez mais: contratou para liderar a ressurreição da MDMA o médico David Hough, da farmacêutica Janssen, que cuidou da licença do medicamento Spravato. Trata-se de uma formulação nasal de cetamina, um anestésico dissociativo aprovado para depressão que não chega a ser psicodélico, mas deflagra viagens similares.

Para piorar, o periódico Psychopharmacology cancelou três artigos da Lykos/Maps com os resultados de testes clínicos com MDMA. A revista alegou má conduta ética em um caso de abuso sexual de paciente e falta de transparência sobre ligações de pesquisadores com a Maps. Autores como Doblin discordaram da retração.

O fundador da ONG disse em comunicado que........

© UOL


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