Era uma vez um projeto chamado Sampapé, criado em 2012 por amigas que gostavam de percorrer as ruas de São Paulo caminhando e resolveram fazer disso um negócio, levando turistas para conhecerem os pontos mais interessantes da cidade. "Nasceu a partir de uma experiência pessoal, um incômodo meu, depois de viver um tempo no México", conta Letícia Sabino, que não se conformava com as dificuldades das pessoas, e principalmente de mulheres, para se deslocarem a pé pelas ruas da capital.
"A partir dessa experiência comecei a fazer questionamentos", conta Letícia, "sobre a relação das pessoas com os espaços públicos, como fazer para que mudassem sua perspectiva, seu afeto e sua conexão com o lugar". As semelhanças da Cidade do México com São Paulo eram muitas, a começar pelas distâncias e as problemáticas sociais "muito similares às nossas".
De volta a São Paulo, Letícia constatou entre outras coisas que a maior parte da população se desloca a pé todos os dias, sendo que 39% desses deslocamentos é feito exclusivamente a pé, segundo dados da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos). "Mas pouco se falava de políticas públicas, soluções e projetos para as cidades se tornarem melhores para caminhar", conta ela.
Dos passeios lúdicos a algo maior e mais abrangente foi uma questão de tempo e experiência. "Já éramos uma organização do terceiro setor, liderada e coordenada por mulheres, e criar o Instituto Caminhabilidade foi uma mudança natural com o objetivo de promover a caminhabilidade, como o nome já........