Ela escala, dança e vive intensamente seus 82 anos

Cacia Figueiredo é uma pessoa que pode ser definida como irrequieta. Aos 82 anos de idade, a enfermeira de formação despejou sua história para o blog com uma animação e em tal velocidade que, se não fosse o gravador amigo, esta repórter teria se perdido no meio do caminho. Sem ligar a câmera explicando estar em seu local de trabalho atual —uma empresa especializada em projetos de energia—, ela deixava transparecer o brilho nos olhos à medida que contava como foi parar no paredão de pedra do morro Dois Irmãos, no Rio de Janeiro, com a bela paisagem do Rio de Janeiro a seus pés.

"Tudo começou na pandemia, quando eu não podia dançar nem fazer nada, ninguém podia fazer nada, né?", lembra Cacia. Ah, sim, porque ela, que já trabalhou como jornalista no veículo em que entrou como enfermeira para atender os funcionários, que largou o jornalismo para cuidar da mãe com Alzheimer, e que atuou em diversas profissões ao longo de uma vida longa, tem como atividade paralela ao trabalho na empresa (de energia, lembram?) se apresentar dançando com um grupo de forró nas horas vagas, algo que começou a praticar... aos 60 anos. "Eu gostava de dança desde menina, mas meu pai não me deixou fazer balé porque o tutu deixava as pernas de fora, daí fui tocar piano, só depois dos filhos criados fui fazer o que queria", acrescenta.

Doida para fugir das paredes do isolamento social, Cacia aceitou o convite de uma amiga que organizava caminhadas pelas trilhas do Rio de Janeiro, longe da muvuca o bastante para, em tese, driblar o coronavírus. O convite era para ir........

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