Nas semanas que se seguiram aos ataques do 11 de setembro de 2001, esta colunista escreveu várias tolices, no exercício de prever o que ia mudar nos Estados Unidos, em política e cultura. Uma previsão que não fiz foi sobre a capacidade do país de se atacar sem ajuda de terroristas externos.
Não pude prever uma nação dentro da nação, habitada por zumbis que caminham sonâmbulos para as urnas, em 2024, dispostos a destruir 234 anos de imperfeita democracia constitucional.
O pré-candidato Donald Trump tem anunciado sem eufemismos, nos comícios, seus planos para uma segunda Presidência da qual os EUA dificilmente poderiam se recuperar. E não há consolo nos sinais de demência cada vez mais frequentes em discursos em fala pastosa que fariam Fidel Castro parecer um orador sucinto.
Não há sinais de demência no entorno de Trump, uma tropa de camisas marrons pronta para assaltar todos os cantos institucionais do país. O homem que normalizou a transição dos republicanos de partido para família do crime organizado tem ao menos uma qualidade para a qual a escritora Maya Angelou alertou e que se tornou um adágio popular: "Quando as pessoas dizem quem elas são, acredite nelas da primeira........