O falso gênio pode enganar meio mundo, mas o falso competente não engana ninguém

Escritor, doutor em ciência política pela Universidade Católica Portuguesa

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Se a memória não me falha, era o incomparável H.L. Mencken quem dizia: quanto mais velho fico, mais admiro e anseio por competência —simples competência— em qualquer área, do adultério à zoologia.
Estou com ele. Admiro a coisa bem feita. Não interessa se é um livro, um filme ou a encanação de casa. A competência me comove, ainda que o espírito do tempo prefira a "genialidade".

Entendo. A genialidade absolve os medíocres. Se acreditamos que o gênio é inato, podemos desculpar nossa preguiça e nossos fracassos. "Não nasci gênio", diz o preguiçoso, para quem todo esforço é vão. A competência é silenciosa, solitária, difícil, gradual —e, ao contrário da genialidade, que muitas vezes depende do julgamento alheio, é mais fácil de avaliar. A noção de que algo "funciona" ou "não funciona" tem um imediatismo fulminante, sem máscaras, sem enganos.

O falso gênio pode enganar meio mundo; o falso competente não engana ninguém.

Por esse critério, como eram competentes os filmes de Rob........

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