Procuro sempre morar em andares baixos de prédios. Em uma emergência, abraço o bombeiro e serão menos degraus para ele tentar me salvar, no colinho e menor a chance de eu me apaixonar. Durante um chuvão, saio rapidinho da Kombi, quando estou na rua, ou não saio à rua, quando estou abrigado.
Com cada vez mais efeitos drásticos da crise do clima abalando o mundo, fica exposta uma questão estratégica fundamental à sobrevivência dos mais vulneráveis –e são multidões—, o que fazer e como fazer para dar fuga e chances diante das desgraceiras aos velhos, às crianças, às pessoas com deficiência, às grávidas e aos cavalos?
O pensamento óbvio em situações de tragédias é que todos são vítimas, então, não existe prioridade, o que faz sentido até certo ponto. O que também faz sentido é que a exposição por mais tempo aos efeitos de uma fatalidade vai matar quem tem menos fôlego e força para submergir.
Pouco mais da metade dos mortos contabilizados até agora na tragédia do RS são pessoas mais velhas. Os velhos também são os mais afetados com as altas temperaturas e com alterações repentinas do clima, que impactam de........