Provar jerez é como ter o mar na sua taça

No Brasil, o jerez ainda é xodó de poucos. Com olfato e paladar complexos e diferentes da ideia convencional de vinho, um processo de produção peculiar e preços que começam em R$ 100, não consegue mover paixões em massa. Mas é comum quem prova se encantar e virar advogado da causa. Todo ano, em novembro, quando é realizada a Semana Internacional do Jerez, uma campanha tenta convencer o mundo de que esse vinho é dos mais especiais que existem sobre a Terra.

Para que o leitor entenda essa paixão: há um tipo de jerez —ou sherry, ou xerez— que quando se bebe é como ter um pouco do mar na taça; é seco, refrescante, leve, mineral, salino. Tem como não se encantar com isso? Me refiro ao fino ou manzanilla, que integra uma das três famílias dos vinhos de jerez e sobre os quais falo aqui.

O nome vem de Jerez de La Frontera, município na Andaluzia, sul da Espanha. É apenas lá e nas vizinhas El Puerto de Santa Maria, Sanlúcar de Barrameda e agora em San José del Valle que esses vinhos são produzidos, o que explica um pouco do preço. O jerez fino que estagia em soleras em Sanlúcar, onde o clima é mais ameno e praiano, é chamado manzanilla (camomila).

O terroir inclui os vinhedos mais quentes do mundo, com........

© UOL