O combate ao crime ambiental ganhou recentemente um importante reforço do setor financeiro: o Banco Central do Brasil incluiu em sua norma sobre indícios de lavagem de dinheiro medidas específicas para coibir o comércio de ouro ilegal. Entre elas estão o pagamento em espécie, o ouro extraído de áreas com elevados índices de desmatamento ilegal ou ainda o ouro oriundo de áreas sem indícios de extração. Todas são práticas comuns no "esquentamento" do ouro ilegal.
Essas medidas são cruciais, uma vez que o crime ambiental raramente ocorre de forma isolada. Diferentes crimes convergentes –da fraude à lavagem de dinheiro– impulsionam a dilapidação da floresta amazônica e ameaçam seus diferentes moradores, colocando em risco o equilíbrio ambiental do planeta.
Motivado pelos altos lucros obtidos de atividades como a exploração ilegal de madeira, a mineração ilegal, a grilagem de terra e a pecuária com ilegalidades em sua cadeia, o crime ambiental já é a terceira economia ilícita mais lucrativa, movimentando entre US$ 110 bilhões e US$ 280 bilhões anualmente. Infelizmente, a alta lucratividade não é acompanhada por um controle rigoroso de cadeias produtivas que pressionam o desmatamento nem pela aplicação eficaz da lei.
Enquanto a Amazônia e suas........