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Truman Capote bebeu tanto quanto escreveu

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03.10.2024

Não fosse o fígado, o escritor Truman Capote teria feito cem anos no último dia 30. Viveu 59 anos como quis, com seus prós, efervescentes, e os inevitáveis contras.

"Do tamanho de Napoleão", com a gravata borboleta torta, um desleixo cuidadosamente preparado, variava de regime etílico, até porque passou por clínicas de reabilitação, mas nos dias alegres costumava beber um martíni duplo antes do almoço, um durante e um stinger depois. Isso dava a medida do que vinha pela tarde e noite —nunca dormia sem tomar uns goles de uísque. Dizia: "Sou alcoólatra. Drogadicto. Homossexual. E gênio".

Frequentemente andava com uma garrafa de J&B, a qual misturava com uma variedade colorida de calmantes e estupefacientes —a depender do momento. Isso não impediu que escrevesse o livro inaugural do chamado jornalismo literário, o espantoso "A Sangue Frio" ("A imaginação, é claro, pode abrir qualquer porta —vire a chave e deixe o terror entrar.")

Era um leitor atlético: corria pelas páginas de cinco livros por semana —inclinava-se por Proust, Flaubert e Turgueniev. Era igualmente exigente ao escrever, ao que chamava "um ato de fé". Numa entrevista, disse: "A escrita segue........

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