Bukowski e a teoria dos cotovelos
O uso do cotovelo nos diferencia dos demais animais, à exceção, talvez, dos primatas —mas estes não frequentam bares. É no balcão das iluminações alcoólicas que o cotovelo assume a sua função mais nobre e a mais melancólica (a dor, a dor). Como disse Benjamin Franklin: "(...) o homem, que está destinado a beber vinho, é constituído de uma maneira que pode levar uma taça à boca".
O argumento continua, irrefutável como tudo o que é óbvio e ninguém havia pensado antes: "Se o cotovelo tivesse sido disposto mais próximo da mão, o antebraço seria curto demais para aproximar a taça da boca; se tivesse sido posto mais perto do ombro, seria tão longo que, quando se tentasse levar o vinho à boca, ele iria além e cairia na cabeça".
A citação está em "Uma Breve História da Bebedeira", de Mark Forsyth. O livro lembra que, na verdade, os primatas vão, sim, a bares, os saloons da selva, onde não há garrafas, mas frutas que caem de maduras e fermentam. O bartender é a gravidade. Ao observar macacos bêbados, Darwin logo intuiu que eram nossos parentes.
Essa engenhosidade articular faz lembrar uma cena de "Barfly - Condenados pelo Vício", filme com o alter ego de Bukowski no submundo dos........
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