Um novo período para o tempo geológico

A comunidade internacional da geologia se vê às voltas com a tentativa de definir formalmente o novo marco de um período geológico. E não estamos falando do Antropoceno – que, como sabemos, também está em discussão -, mas do Criogeniano, um dos períodos mais antigos pelos quais a Terra passou, quando o planeta viveu seus momentos mais gelados. Mas, em meio à grandeza do tempo geológico, como sua escala é calculada? Quais são os critérios para defini-lo?

A Terra tem cerca de 4,5 bilhões de anos. É um número de tal grandeza que somos incapazes de apreendê-lo por completo. Para compreender melhor a evolução do planeta, os geocientistas dividem esses bilhões de anos em categorias marcadas por eventos ou estágios evolutivos.

Os éons, a maior unidade de tempo geológico, são quatro – Hadeano, Arqueano, Proterozoico e Fanerozoico. Cada éon é dividido em eras, que por sua vez são divididas em períodos, e estes, em épocas. Portanto, éons, eras, períodos e épocas compõem a escala de tempo geológico.

Mas como os cientistas determinam onde começa e onde termina cada unidade de tempo geológico? Esse processo pode ser mais bem entendido se levarmos em conta o recente processo de instauração do mais novo período geológico, o Antropoceno, cuja proposta de formalização se baseou no impacto do ser humano nos sistemas naturais, como as mudanças climáticas geradas pela ação antrópica.

Marcadores específicos no registro geológico testemunham os efeitos de nossas ações. Um exemplo são as explosões de bombas atômicas em meados do século 20, que geraram chuvas de elementos radioativos que não existiam ou não eram naturalmente abundantes. Tais elementos se disseminaram pelo meio ambiente e podem ser encontrados em sedimentos depositados nos mares, lagos........

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