O maior desafio para a conservação ambiental é político, afirma Anne Magurran
A conservação ambiental não é um trabalho cientificamente complexo. Pelo menos é o que diz a britânica Anne Magurran, professora de ecologia na Universidade de St Andrews, na Escócia, e referência mundial no estudo da quantificação da biodiversidade. Pesquisadores investigam e caracterizam espécies de determinados ecossistemas e pensam em mecanismos para protegê-las. O desafio maior, ela diz, está na política para implementá-los.
Autora de diversos livros sobre medição da diversidade biológica e sua importância para a conservação, a ecóloga conta que áreas conservadas são alvo de interesses financeiros. "Quando fazemos um trabalho bem-feito, automaticamente entramos em conflito com a agenda econômica." É o que ela chama de paradoxo da conservação: quanto mais uma área resiste ao "desenvolvimento", mais valiosa ela se torna. E cabe aos pesquisadores a missão de protegê-las.
Magurran explica que, em termos financeiros, de início uma área com mata pode não parecer tão importante. Mas se mantivermos a cobertura florestal intacta, teremos um clima mais estável. Equilibrando as chuvas, evita-se a erosão do solo e modera-se o fluxo dos rios para evitar inundações sem deixar de abastecer as cidades. "Do ponto de vista ético, é nossa obrigação proteger o meio ambiente, mas temos muitos motivos pragmáticos também. É uma espécie de interesse egoísta no final das contas", admite.
Essa missão, segundo a professora, tende a ficar mais desafiadora nas próximas décadas. A britânica acredita que a nova geração de cientistas, principalmente........
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