Pulseirinhas RIP VIP dividem os velórios entre geral, camarote e céu premium

Detesto defunto sem flor. De-tes-to. E sim, sei que tem religião que nem permite. Falecido que nunca quis. Preço de buquê pela hora da morte. Ora, quem sou eu para julgar festejos mortuários alheios, mas... Adeus final sem perfume de pétalas murchas e letras douradas soletrando "SAUDADES" com Durex me parte o coração.

Certa vez, meu irmão enviou uma coroa enorme a um vizinho que só conhecíamos de "bom dia". Mandou botar na faixa: "Para seu Torquato, da amiguinha Tara". No caso, a vira-lata da família que o finado amava acariciar todas as manhãs.

No mais recente enterro com ida obrigatória ao florista, recordei o velório que deu origem à minha convicção. Alinhamento de personagens distintos, mas com o suficiente em comum para surgirem mortos no mesmo dia e em capelas contíguas do mesmo cemitério: Seu Lins, Tia Lêda e o Sem Nada.

O primeiro era um senhorzinho encantador da escola de samba Lins Imperial. Infelizmente só o conheci ali, após abotoar o paletó de madeira. De chapéu........

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