Os CDF também choram

Cartolina. Papel almaço. Pasta polionda. Valei-me, Nossa Senhora da Canetinha Pilot, contra toda a angústia dos deveres escolares de outrora. A lista de material dos meus piores pesadelos, agora revista e atualizada enquanto slides, layouts, spreadsheets e workflows coloridinhos.

"A que horas acaba essa reunião?", penso. Contudo, é preciso que mais um pitaco seja dado em forma de "note". Entram os gráficos de pizza, vai embora a vontade de viver.

Até que uma epifania laboral me arrebata, incitada talvez pelo café dormido e os biscoitos já murchos: tudo bem ser a pessoa mais encostada do grupo. Uma espécie de Bartlebly, o escrivão dos novos tempos, subindo a hasthag #prefironão. Consciente de que, às vezes, um bom plano de carreira é só colaborar com emoji de palminha.

Antes que revoguem minha carteirinha de CDF, assumo já ter sido do pior tipo. Letra linda, cadernos com pelo menos três cores diferentes de caneta, boletim azul de cabo a rabo.........

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