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A 'PEC das Praias' e a taxação das blusinhas: as metáforas da semana

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10.06.2024

"A PEC da privatização das praias morreu na praia". Essa foi uma das frases mais reproduzidas nos noticiários semana passada. A sacada foi boa, mas, repetida até o eco cansar, perdeu o impacto e acabou se tornando uma nota desbotada na melodia da comunicação, ou seja, uma metáfora-clichê.

Um parêntese: George Lakoff e Mark Johnson, no impagável (o livro vale o preço) "Metáforas da Vida Cotidiana" ("Metaphors We Live By") definiram com perfeição o clichê como sendo "uma metáfora brilhante que é vítima de seu próprio sucesso". Portanto, precisamos tomar cuidado para não subestimar esta figura de linguagem, usá-la com parcimônia e bom senso. Milan Kundera foi mais longe: "As metáforas são muito perigosas. Não se brinca com as metáforas. O amor pode nascer de uma simples metáfora" (A Insustentável Leveza do Ser).

Mas não vamos perder o fio da meada, vamos manter o barco na rota principal, não vamos nos perder na floresta dos detalhes. Voltemos à "PEC das Praias" que, aliás, foi mal-entendida por muita gente justamente por causa do nome. Mas isso não a exime. Vamos colocar os pingos nos "is": não se trata de privatização de praias, mas da transferência de terrenos de —e não "da"— marinha em áreas urbanas da União para estados, municípios ou particulares.

A proposta acabou sendo um tiro no pé. Luana Piovani foi o pivô da discussão acalorada que o tema gerou, não só jogando luz no assunto como atirando pedras no jogador Neymar, apoiador do projeto,........

© UOL


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