A mulher que peitou o Hamas
Rimon Kirst, de 36 anos, vestia pijama rosa quando foi libertada pelo grupo terrorista Hamas, depois de ficar 50 dias em poder dos sequestradores. Mesmo em meio a tanta obscuridade e medo, a israelense se recusou a participar do teatro armado pelos militantes do Hamas ao ser entregue à Cruz Vermelha. Não acenou o tchauzinho compulsório, não deu o sorriso amarelo, não se deixou abraçar, como fizeram alguns reféns desnorteados depois de sair do inferno. Pérfidos e terroristas até o fim, os militantes do Hamas têm explorado a entrega dos reféns para se apresentarem como "bons anfitriões" e criar um clima de volta de férias dos reféns.
No momento em que estava sendo solta, Rimon se esquivou de qualquer contato físico com o terrorista. Ele recuou, obedeceu. Seu não foi NÃO. Ela parou diante dele, falou algumas palavras e encarou com firmeza o fundo dos seus olhos. Por alguns instantes, embora ostentasse uma metralhadora, o terrorista se desarmou. O pijama rosa se impôs à indumentária militar.
Essa imagem fala por todas as mulheres estupradas, forçadas a desfilar nuas, ensanguentadas, cuspidas, mortas, que não tiveram a chance de se defender. Fala pelas mulheres do mundo que sofrem violências; mulheres que não conseguem se livrar de relacionamentos insalubres e ambivalentes; mulheres que diariamente são ameaçadas física e psicologicamente. Fala por todas as mulheres que são reféns das suas guerras individuais, que não conseguem enxergar a luz no fim dos túneis em que estão........
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