Os dilemas do próximo Banco Central
A indicação de Gabriel Galípolo como futuro presidente do Banco Central veio em linha com as expectativas e retira um fator de incerteza dos mercados. O aumento da incerteza nas economias tem recebido crescente atenção de acadêmicos e gestores como fonte geradora de flutuações econômicas. Navegar sobre essa nova realidade e reancorar as expectativas de inflação serão o maior desafio do futuro presidente.
A crise financeira de 2007/2008 e a recessão subsequente à pandemia de Covid-19, por exemplo, trouxeram picos significativos em diferentes medidas de incerteza, o que renovou o interesse sobre seus efeitos na economia.
Aos olhos dos bancos centrais, a literatura sugere que, em períodos de alta incerteza, a política monetária perde eficácia, exigindo doses mais elevadas de juros para alcançar a mesma desinflação ou recuperação do PIB em comparação com momentos menos ruidosos.
Uma explicação simples seria que as empresas e as famílias teriam incentivos em adiar suas decisões de investimento e consumo, em razão da menor visibilidade do cenário.
Diante da extensão e da magnitude dos ciclos de alta de juros em todo o mundo nos últimos anos, o tema foi incluído no tradicional simpósio de Jackson Hole deste ano, que reúne diversos banqueiros centrais todo mês de agosto, na cidade de mesmo nome.
O tema concorreu com discussões sobre juros de equilíbrio mais elevados e políticas fiscais persistentemente expansionistas.
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Olhando para trás, ao longo do tempo, uma vez que os mercados financeiros e os analistas do setor privado ficaram mais instrumentalizados........
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